5.3.11

o estigma da rapariga solteira

da imagem de estroina já ninguém me safa. sou uma tola que todos os fins-de-semana se junta com um bando de outras tolas, se arranja toda para ver se põe os homens a babar e se arrasta pelos bares da cidade a fazer tristes figuras. que vai ao cinema ver filmes de gajas. que faz programas culturais e workshops. e que vai de férias com - surpresa! - mais gajas, a destinos paradisíacos onde se vai roçar em mulatos que procuram um passe para o primeiro mundo.
é triste ter de sofrer este preconceito dia sim dia sim.
mas pelo menos depois poupem-me aos comentários do género "ai não tens namorado? fazes bem, aproveita a vida enquanto podes!", como se isso fosse uma coisa que se escolhe. como se o amor não surgisse por uma enorme série de acasos, dos quais muito poucos podemos controlar. e como se fosse melhor dormir com as calças entaladas nas meias no inverno do que com as pernas enroladas nas do nosso amor.


2 comentários:

Ska disse...

Para mim, o pior nisso tudo é quem te diz "enquanto podes". Não acho que por teres alguém contigo tenhas de passar a ser de repente daqueles casais tristes que só vêm televisão em casa e sexo só à sexta à noite.

Feliz disse...

Brutal! Grande texto!
publiquei um "semelhante" - solteiras, sexys e felizes?!?