21.10.10

ainda não tenho 30 mas sinto-me um bocadinho assim:

Ter 30 anos é fixe. Apesar de me esquecer muitas vezes que já os fiz, a verdade é que os tenho e gosto disso. Não queria ser adolescente outra vez, nem que me pagassem, nem queria estar nos 20 porque não é tão fixe como estar nos 30. A verdade é que temos uma herança gira, um histórico fofinho de brincadeiras na rua, televisão só com dois canais e séries óptimas, desenhos animados divertidos, a Rua Sésamo, pão com marmelada e avós a tomar conta de nós. E por isso é que somos também uma geração com tanta nostalgia e saudades do que já foi. Venham daí os Sanjo, os cromos, a cola cisne, as bombocas e os relógios casio digitais. Somos meninos e meninas que começaram a sair à noite aos 16 e não aos 12, 13 e 14, como agora se faz. Somos da altura em que ainda existiam algumas, ainda que poucas, tribos urbanas. Betos, surfistas, freaks, grunges, góticos e nem uma coisa nem outra. Dificilmente seríamos tão iguais uns aos outros como hoje. Somos meninos que aos 11, 12 e afins não tínhamos qualquer preocupação com a moda e vestíamos o que houvesse porque isso não era assim tão importante. Quanto muito queríamos roupas da Cenoura (eu quis) porque os Ministars usavam. O sexo não era tabu mas também não era uma conversa a ter a cada encontro com os amigos, não era banalizado e os namoros eram mesmo importantes e tenho pena que os miúdos de hoje já sejam tão cínicos no que toca ao amor. Sabemos assobiar o "Verão Azul" e cantar o genérico do "Tom Sawyer". Lembramo-nos da Madonna porcalhona e tão fixe que costumava ser. Quão fixe é sermos do tempo em que o Twix se chamava Raider? Somos mais infantis do que os nossos pais, duma forma boa e queremos ser felizes mais do que qualquer outra coisa, por muito estranho que isso ainda soe às gerações mais velhas. Somos novos até mais tarde e aos 30 somos mesmo novos mas com uma bagagem de uma série de coisas que já não existem e que nos fazem sentir priveligados e às vezes arrogantemente especiais. E esquecendo o facto de nos sentirmos defraudados de vez em quando - o futuro não está a ser assim tão brilhante quanto nos prometeram e não basta tirar um curso para ter sucesso - estar nos 30 é fixe. Muito fixe.


by Leididi

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