16.9.10

esta sou eu

já o tinha dito antes..

"se é verdade que as redes sociais aproximaram as pessoas, o contrário também se aplica, hoje em dia é muito difícil esquecer alguém tendo à disposição todo o seu historial de vida depois de nós. A merda do Facebook então, lixou tudo, já nem falo dos blogues que nesses escrevemos o que quisermos e cada vez menos escrevemos o que sentimos, é muito fácil estar num presidio de esfregona na mão e escrever que sim, a vida na minha casa em frente ao mar é a melhor da urbanização, assim não vale. Falo do resto, de todo o resto onde, à distancia de um clique, conseguimos ver sorrisos e companhias, viagens e estados de espírito, e num misto de "não quero ver" e "deixa só ver como é que é a vida sem mim" lá andamos num prazer masoquista que não faz bem nenhum mas que é tão fácil de alcançar, que nos faz sofrer um pouco mais.
Antigamente, se bem me lembro, acabar era acabou. O ponto final era decidido por nós e pelo telefone fixo que pedíamos aos pais para controlar, "se ele ligar, eu não estou" e pouco mais. Ok, não frequentávamos os mesmos cafés de outrora e os amigos sentiam-se num incómodo habitual de quem não quer tomar partido mas pouco mais, pouco pouco mais. Hoje, a juntar à facilidade em ver a vida alheia, vem o prazer dorido de saber do outro, porque fazendo parte do nosso passado, faz parte de nós e somos nós, eles são nós e fizeram o que somos e a merda é que, a um clique, sabemos que continuaram com a vidinha deles, milhares de amigos, brilho ofuscante de sorrisos com monumentos mundiais como pano de fundo enquanto andamos ali, sem acompanhar o mudar dos tempos, sessenta e tal gatos pintados, uma foto de perfil que é a mesma de há dois anos e a pensar que as redes sociais não trouxeram só coisas boas e o ser humano gosta de sofrer, especialmente quando o sofrimento está ao alcance de um clique. Hoje vi-te e li-te. hoje chorei mais um pouco."
 
by Margarida em sem filtro

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