25.3.08

geração "morangos com açúcar"

As novidades sobre as alterações do estudo de música em Portugal assustam-me.

Durante 17 dos meus 26 anos a música foi grande parte da minha vida. Estudei sempre em escolas públicas de ensino regular, que tentava a muito custo (e a partir de certa idade contra a vontade dos meus pais) conciliar com o estudo de música – primeiro numa escola particular, depois no conservatório (no que agora chamam regime supletivo).
Durante os anos de complementar no conservatório cerca de 75% dos meus colegas eram, como eu, jovens universitários a fazer o derradeiro esforço para terminarem um curso que lhes tinha custado tantos anos de dedicação.
Apesar de sempre ter sentido que a música não era o meu futuro – porque não tinha nem o perfil nem o espírito competitivo de um solista – SEI que foram esses anos que fizeram de mim quem sou hoje. Criou em mim maior capacidade de concentração, de organização do meu tempo, espírito de equipa, …
Há ainda outro factor muito importante. Como dizia uma mãe de uma aluna do conservatório de Lisboa ao jornal “O Público”, as escolas de música não existem apenas para formar artistas, existem também para formar público.
E num mais cada vez mais pobre culturalmente como o nosso, não será isso o mais importante?

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